A Oração
Louis Claude de Saint-Martin
Por
Louis Claude de Saint Martin
Se a natureza é tal como a iniciação de todas as religiões, a oração seria a consumação, visto que contém a todas. E por que contém em si todas as religiões? Porque ela preenche nossa alma desse encanto sagrado, dessa magia divina que é a vida secreta de todos os seres, dessa magia que explica a diversidade das religiões dos homens e que justifica sua atração pelas diferentes claridades que maravilham seu espírito, pois esta magia, que não é outra coisa senão a admiração encontramos nas por todas as partes, lá onde nos deparamos com Deus; ao final dessa magia que nos faz atravessar os perigos sem vê-los, suportar as fadigas sem senti-las, que derrama paz, quase diria que inclusive o prazer sobre nossos males e nossa própria morte, proporcionando a nosso ser imperecível, nesses momentos cruciais, atividades fascinantes que lhe conduzem finalmente ao seu objetivo tal como por um influxo indefinível, ocultando-lhe, por assim dizer, os caminhos perigosos que devemos necessariamente percorrer e mostrando-lhe fisicamente que todos nossos movimentos e passos se realizem no decorrer da vida, devendo nossa própria morte possuir esse caráter; não é para nós senão uma das florações da admiração, mostrando-se como o cume desta obra de geração que devemos construir durante todo o curso de nossa existência.