Jean François Champolion

Mestres da Tradição

Quando o famoso frenologista Dr. Gall andava de um lugar para outro a fim de popularizar a sua teoria do crânio, admirado por uns, insultado por outros, honrado, difamado, num grupo em Paris apresentaram-lhe um jovem estudante. Medindo imediatamente com os olhos o crânio do rapaz, Gall exclamou, impressionado:

– Oh! Que grande gênio lingüístico!

O jovem de dezesseis anos que Gall tinha na sua frente conhecia, já então, além do latim e do grego, meia dúzia de línguas orientais. (O frenologista não podia ter a menor ideia sobre isso… ou seria apenas uma das suas bem preparadas charlatanearias?).

No século XIX foi adotada uma modalidade de exposição biográfica que ativamente se dedicava a desencabar coisas assim: por exemplo, que Descartes, com três anos de idade, posto diante dum busto de Euclides, exclamara “Ah!” e que Goethe reunia as contas da lavadeira, a fim de mostrar o dedo do gênio até no agrupamento de punhos e peitilhos.

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