Sincronicidade

Simbolismo e Hermetismo

Em 1950 Carl Gustav Jung publica um ensaio chamado ”Sincronicidade: Um Princípio de Conexões Acausais”.

Neste ensaio Jung evoca dois filósofos, a saber, Schopenhauer e Leibniz. O primeiro vale-se do conceito da “prima causa” para explicar a “relação de simultaneidade” significativa, de cuja expressão Jung cunha o termo sincronicidade. De Leibniz é a idéia de “harmonia preestabelecida”, assim comentada por Jung: “Para este último (Leibniz), Deus é o criador da ordem. Assim ele compara a alma e o corpo a dois relógios sincronizados e emprega esta mesma imagem para exprimir as relações das mônadas ou enteléquias entre si. Embora as mônadas não possam influir diretamente umas nas outras (abolição relativa da causalidade), porque não têm ‘pequenas janelas’, contudo são constituídas de tal maneira, que sempre estão de acordo, sem terem conhecimento umas das outras. Ele (Leibniz) concebe cada mônada como um ‘pequeno mundo’, como um “espelho indivisível ativo’. Não somente o homem, portanto, é um microcosmo que encerra a totalidade em si, como também – guardadas as devidas proporções – qualquer enteléquia ou mônada. Qualquer ‘substância simples’ tem conexões ‘que expressam todas as outras’. ‘Por isto, ela é um espelho vivo e eterno do universo’. Ele (Leibniz) chama as mônadas de ‘almas de organismos vivos’. A alma obedece às suas próprias leis e o corpo também às suas; eles se ajustam entre si graças à harmonia preestabelecida entre todas as substâncias, porque todas elas são representações de um só e mesmo universo”.

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