Cristianismo
cruz é um dos símbolos mais famosos em todo o mundo e em todos os tempos. Podemos encontrá-la nos monumentos do Egito, nas esculturas da Babilônia e nas ruínas da Pérsia e da Índia – muito antes da era cristã. Nas formas de arte rupestre paleolítica conhecidas em Portugal, vemos cenas de caça, danças rituais e episódios de combate que obedecem a fórmulas de interpretação mágica e esconjurativa. Recordem-se as figuras cruciformes e de círculos concêntricos reticulados do santuário rupestre do Gião (Arcos de Valdevez) e do penedo do Cachão da Rapa (Carrazeda de Ansiães). Nesses desenhos, o que chama a atenção é a cruz ou, melhor, os sinais cruciformes. Algumas vezes estão inscritas em quadrados, outras estão associadas ao círculo. Assim, as cruzes, como estilização esquemática da figura humana com os braços abertos, teriam, nesses monumentos antigos, o significado de homens a adorar a divindade, ou a representar simbolicamente cenas rituais, quer propiciatórias, quer gratulatórias. Homem de braços abertos, orante ou dançante, homem mortal ou deus imortal, vivo ou espírito de antepassado, ficou com o corpo reduzido ao traço vertical e com os braços representados pelo traço perpendicular, que formam, em conjunto, os braços da cruz. Cruz immissa ( + ); cruz commissa ou tau ( T ); cruz de Santo André ou decussata ( x ); cruz latina ( † ), que é a cruz immissa com o braços desiguais, sendo o vertical mais comprido que o transversal; cruz egípcia, usada pelos cristãos coptas no Egito, a qual decalca o hieróglifo faraónico ank;cruz gamada ou suástica, usada com abundância na decoração da “casa da cruz suástica” das ruínas de Conímbriga, próximo de Coimbra – a cruz é sempre usada como símbolo associado à vida e à renovação da vida. Se é relativamente fácil identificar a presença da cruz em todas as culturas, a origem do significado esotérico é mais difícil de esclarecer. “Se o homem é acometido pela raiva, se um esforço moral custa alto, muito melhor, pois tudo isso traz a humildade; os orgulhosos não devem ser levados em consideração”.
A CRUZ NO CRISTIANISMO
“Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”, Epístola de Paulo Aos Gálatas 6.14. A “cruz de Cristo” deve ser um assunto verdadeiramente importante para que um apóstolo inspirado fale de tal forma sobre ela. A palavra cruz, na Bíblia, algumas vezes faz referência à cruz de madeira na qual o Senhor Jesus foi cravado e posto para morrer, no Calvário. Isto é um dos pensamentos que São Paulo tinha em sua mente quando falou aos Filipenses que Cristo “foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8). A cruz, em outras vezes, é atinente às aflições e provações que os crentes atravessam pela causa da religião que professam, quando seguem a Cristo fielmente. Este é o sentido no qual nosso Senhor usa a palavra, quando diz: “Aquele que não toma a sua cruz, e segue-me, não é digno de mim” (Mt 10.38). Este também é o sentido no qual Paulo usa a palavra quando escreve aos Gálatas. Mas a palavra cruz também se refere, em alguns outros lugares da Escritura, à doutrina de que Cristo morreu pelos pecadores sobre a cruz, – a expiação que Ele fez pelos pecadores, por Seus sofrimentos em favor deles sobre a cruz – o completo e perfeito sacrifício pelo pecado que Jesus ofereceu quando deu Seu próprio corpo para ser crucificado. Este é o significado no qual Paulo usa a expressão quando escreveu aos Gálatas: “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”. Ele está dizendo simplesmente isto: “Eu não me glorio em nada mais, exceto em Cristo crucificado, como a salvação de minha alma”. O apóstolo Paulo foi um homem que percorreu a terra proclamando aos pecadores que o Filho de Deus havia derramado o sangue de Seu próprio coração para salvar-lhes. Ele caminhou por todos os lugares neste mundo falando às pessoas que Jesus Cristo as amava, a ponto de morrer pelos seus pecados sobre a cruz. Observe como ele diz aos coríntios: “Eu vos entreguei o que primeiro recebi: que Cristo morreu