A Nuvem Sobre o Santuário – Eckartshausen

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A linguagem do texto abaixo é uma linguagem técnica, dificilmente compreensível para o não iniciado, mas que impacta por sua simplicidade e inspiração. Eckartshausen tem um ponto de vista muito particular da magia, uma visão que não parece pertencer a nenhuma escola em particular. Para ele, a magia é, antes de tudo, uma força. Uma força que tem seu efeito no interior dos seres e que funciona por atração, por afinidade, por ressonância, permitindo manifestar o interior no mundo exterior. Mas, ao mesmo tempo, a magia é “uma obra interior na qual se põe em jogo o natural e o sobrenatural” e “a cada operação mágica corresponde um prévio despertar do espírito”[9]. A ação da magia é possível graças ao mais fino e sutil dos ares, o éter. Este é o maior mistério da magia natural: “O éter é como um espelho onde se reflete tudo”. Contemplando-o o mago tem acesso à onisciência. Este “Ser dos Seres”, como o chama Eckartshausen, é “uma força circular que atua em sete facetas cada uma das quais remete à outra..”.. Poderíamos dizer que o éter é a força que move as forças, o espírito astral que está por cima e em situação de analogia com as sete forças astrais, as forças invisíveis da Natureza.

Estas forças astrais dependem de uma capacidade humana que é a imaginação criativa, capacidade de ordem transcendente que não se deve confundir com a fantasia ou a alucinação. Esta capacidade não se pode desenvolver mediante a ingestão de drogas ou narcóticos; antes ao contrário, eles podem influenciá-la de maneira nociva senão que pela prática da mais alta espiritualidade.

A imaginação criativa é uma Einbildungskraft, ou seja “uma faculdade capaz de criar uma imagem a partir de outras, de assimilar, de unir”.

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