Aos seus Pés

Poemas

Sociedade das Ciências Antigas

Aos seus Pés
Por Baruk Cruz

Subo o monte do crânio
para me ajoelhar a cruz.
Sinto meus pecados,
tantos….tantos que não há confissão.
Arrependimento,
este tão pequeno como meu amor.
Mas continuo, ainda que longe
a busca do seu sangue e sua luz.
A subir pedaço a pedaço o monte da minha salvação
pois lá sinto que encontrarei não o meu,
mas o seu amor.
Ao chegar esperando ver as três cruzes no cume,
vejo abismado solitária lá fincada apenas uma,
eu sei de quem é mesmo sem inscrição alguma,
pois já não sinto o peso de um coração impune.
Ao mesmo tempo sou
e não sou eu quem está lá crucificado.
Vejo também pregado em toda sua glória Deus coroado,
sob Teus pés ao meio cravejados,
encontram-se os meus sujos
para serem lavados.
Levanta te alma por ele chamada,
pelos pregos nos pés e mãos,
faz a tua escalada.
E encosta teu peito em Seu peito aberto,
e assim acolhido em seu seio,
o sangue e água te faz liberto.

FIM

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