Eros e Psique
Mitologia Greco-Romana
Eros e Psiquê, respectivamente, são entidades mitológicas que personificam o Amor e a Alma. No idioma grego éros significa “desejar ardentemente”, desejo incoercível (irreprimível) dos sentidos, e parece derivar do verbo érasthai, que, por sua vez, quer dizer estar inflamado de amor. Sua genealogia é uma das mais ricas e complexas, talvez pela própria dificuldade que encontramos quando tentamos definir e expressar esse sentimento elevado que é o amor. E alma forma-se a partir de psýkhein, cujo sentido é o de “sopro de vida”. Psiquê era a personificação da alma, geralmente representada por uma figura feminina, mais menina do que mulher, com asas de borboleta. As crenças gregas populares concebiam a alma como uma borboleta. Estão aí as raízes do significado simbólico da borboleta como indício de transformação. Psiquê simboliza o princípio de alma, a qualidade da vida que se transforma.
Afrodite era, no momento de seu nascimento, uma jovem com longos e fartos cabelos negros, onde a nudez representava a ausência de dissimulações, a intimidade pura. Os longos cabelos negros, são o símbolo do luto pela castração de Urano, indicador da necessidade de mecanismos repressores para que a paixão não chegue à bestialidade, pois se entregar ao amor bestial é como caminhar no negror da noite. Simbolizam também a força do Amor; a abundância dos sentimentos, impulsionando o indivíduo para um relacionamento. A água de onde emergiu Afrodite, representa o reino da emoção profunda e das reações aos sentimentos. Por sua própria natureza, os sentimentos são parcialmente inconscientes. Por mais límpida que seja a água, a sua transparência não é perfeita, produz imagens distorcidas. A água é submissa, mas conquista tudo. Ela conquista submetendo-se, nunca ataca, mas sempre ganha a última batalha, cede passagem para os obstáculos com uma humildade enganadora, pois nenhum poder pode impedi-la de seguir o seu caminho traçado rumo ao mar.