Humildade

Poemas

Sociedade das Ciências Antigas
Humildade
Por Cora Coralina

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho,
não lamente o que não podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Que eu possa agradecer a Vós
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e ascender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
FIM

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