O Livro das Bestas

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Uma alegoria de valor universal

O Livro das Bestas, um dos melhores textos de toda a prosa catalã medieval, foi escrito por Raimundo Lúlio antes de 1286. Posteriormente, ele o inseriu no Livro das Maravilhas do Mundo, que narra as aventuras de um andarilho, Félix, cujo ofício era “maravilhar-se com as maravilhas do mundo”. O Livro das Bestas constitui sua sétima parte.

Inspirando-se em fontes arábicas, mas sem excluir alguma influência francesa, Lúlio construiu uma aguda crítica da sociedade humana, utilizando-se dos animais como símbolos. O leitor tem em mãos uma novela das mais ambiciosas, a par de atualíssima. Suas páginas não trazem um posicionamento doutrinal direto sobre o modo mais correto de se organizar a sociedade humana, nem qualquer moral sistematizada. Entretanto, à medida que o leitor se introduz no entrelaçado das fábulas que integram a narrativa, torna-se evidente que Lúlio trata nessas linhas de uma realidade bem mais profunda, situada nos bastidores da vida social. A inteligência humana emerge com toda a sua força.

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