O Martinismo Russo do Século XVIII até Nossos Dias
Martinismo e Tradição Martinista
Os Irmãos que praticam o Rito Escocês Retificado perguntam-se freqüentemente quais são as fontes de seu Rito e quais foram seus inspiradores. Jean-Baptiste Willermoz, homem de síntese das diferentes correntes iniciáticas que compõe nosso Rito, já nos é conhecido. Por outro lado, Martinez de Pasqually e Louis Claude de Saint-Martin, o são um pouco menos, e essa é a razão que motiva o presente trabalho.
Tive a sorte (a palavra Providência e o que ela expressa seria mais apropriada) de conhecer, no final de 1979, um irmão que dizia ser um dos últimos descendentes do Martinismo Russo. Nos encontramos em diversas ocasiões e travamos uma boa relação, suficiente para que me relatasse, primeiramente a história do movimento Martinista (conhecido como Rito de Novikoff) e, logo depois, me escrevesse uma curta nota sobre o que caracteriza a espiritualidade e a originalidade de sua Ordem. A proximidade de Saint-Martin e tudo o que ele representa para nosso Rito Retificado, fez com que me apaixonasse rapidamente pelas nossas conversas e que, finalmente, lhe pedisse autorização para publicar, se não a totalidade do tratado nelas, pelo menos um bom extrato das mesmas.
Mas, antes de tudo, falemos de filiação e, sobretudo, de transmissão:
I – Em primeiro lugar, o que é a transmissão e o que é que se transmite? Uma influência espiritual, sem dúvida, que deve permitir transformar, sempre e quando está não se encontre em estado de virtualidade, o Ser Interior, e essa transmissão obedece a leis bem determinadas.
II – Encontrando-se o homem num estado terrestre, a influência deverá utilizar meios dessa mesma ordem. Podemos encontrar esses meios desde as origens da humanidade e eles são os ritos e os sacramentos (a palavra rito vem do sânscrito Rita que significa Ordem).