O Mito de Narciso
Mitologia Greco-Romana
Narciso nasceu possuidor de uma beleza excepcional. Na cultura grega, assim como em tantas outras, tudo o que excede, isto é, passa dos limites da média (somente aos Imortais era permitido o exagero, a ultrapassagem do métron, “medida”), acaba se tornando assustador, porque pode arrastar o indivíduo para a “hýbris”, que para os gregos é o descomedimento, muito distante do “métron”, equilíbrio, portanto, tamanha beleza não era bem vista, já que desafiava a supremacia dos deuses.
Narciso, em grego Nárkissos (nárkes, “torpor”, de onde provém a palavra narcótico), era filho da náiade Liríope e do rio Cefiso. Sua mãe, ela própria assustada com a extrema beleza do filho, foi à procura de Tirésias , um cego adivinho que possuía a arte da “mantéia”, ou seja, a capacidade de ver o futuro. Ela perguntou se Narciso viveria até ficar velho, ao que o sábio respondeu: “Se ele não se vir…”.
Narciso, a despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente esse desprezo que devotava às jovens a sua perdição.