São João da Cruz

Santos(as)

A Espanha do século XVI figura entre as maiores potências mundiais. Seu vasto império se estende às Américas, onde detém uma grande parte do continente sob seu poder. Graças à exploração colonial, os espanhóis movimentam um riquíssimo comércio, permitindo assim um desenvolvimento econômico jamais visto até então. Porém, como sempre acontece em todas as sociedades humanas, a abundante riqueza espanhola resultante dos frutos mercantilistas era privilégio de poucos; a população em geral sofria com a carestia e com a pobreza, compondo o contraste da miséria com a fartura que tristemente acompanha os incompetentes e injustos sistemas políticos e sociais humanos.

É nesta contrastante Espanha que vivem duas das principais personagens da história de vida de São João da Cruz: Catarina Alvarez e Gonçalo Yepes, seus pais. Estas duas pessoas são retratos vivos do marcante contraste social descrito no parágrafo anterior: Catarina é de origem humilde, e Gonçalo, de família nobre e abastada.

Catarina, da qual não existem registros detalhados sobre sua vida, era uma moça órfã muito pobre, e vivia juntamente com uma viúva em uma pequena casa em Fontiveros, cidade situada no planalto de Castela. Catarina era respeitada e considerada por todos por sua natureza caridosa e bondosa, além de ser uma mulher muito trabalhadora, dedicada tanto aos afazeres domésticos como ao tear, instrumento que manejava com muita habilidade. Em suma, Catarina tinha em si a verdadeira nobreza, a de alma, que é infinitamente mais valiosa do que a ‘nobreza’ que a sociedade tanto preza, a proveniente de honras e riquezas mundanas.

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